quinta-feira, 11 de março de 2010

Impotência....

Detesto me sentir impotente. Aquela sensação de não pode fazer nada como se tivessem cortado as minhas forças, como presa em uma cadeira de rodas, totalmente impossibilitada de me locomover.

Impotência para mim é ruim em todos os sentidos, sem sacanagem. É como o ócio extremo, aquele que não tem nada para se fazer mesmo e se sente agoniado.

O grande problema é quando os dois vem juntos. A melhor solução é pensar, pensar e pensar.... Nunca se tem um tempo para colocar a vida em ordem, o bom é quando o tempo vem e te força a fazer isso, pois está sem enxergar nada, sem poder se mexer e tonta... muito tonta!

Dependência, só de tentar pronunciar essa palavra minha espinha gela como se fosse a ação de nitrogênio líquido. Precisar de qualquer pessoa para você fazer funções triviais suas passa no nível do vergonhoso, se torna inebriante para mim.



Eu sempre tenho a curiosidade de saber as sensações pelas quais as pessoas passam pela vida, como assim? Aquelas sensações que acredito não terei oportunidade de ter, na verdade até agradeço por não as ter.

Sempre quis saber como uma pessoa impossibilitada se sente, como é a vida de alguém que perde algo e não poderá recuperar como a visão, por exemplo.

Hoje eu senti isso feio na pele, devido a tentativa de descobrirem o motivo da minha constante dor de cabeça e dor nos olhos. Sai da sala da médica sem conseguir ver um palmo a minha frente, tudo super turvo e sem forma. Tive que fazer várias marcações, ligações e anotações.... eu não, alguém fez para mim. Tudo que eu não conseguia ver (logo o mundo ao meu redor) as pessoas mostravam para mim, até qual fone eu deveria por no ouvido.... Senti-me frustrada e presa e com medo, porque um movimento em falso e eu poderia pagar o pior mico.

Para completar, não poder dirigir ou mesmo chegar sozinha ao meu carro me produziu um grande vazio. Precisar tirar a minha mãe da rotina dela para me ajudar foi o cúmulo da dependência e da impotência que senti.

Mas por que escrever todas essas idéias soltas? Porque eu as tive hoje, na hora que esperava por minha mãe. Entendi, mesmo que superficialmente, como é complicado voltar a precisar de alguém ao seu lado sempre para cuidar. Lembrei tanto da minha avó que está numa cadeira e ninguém a tolera. Senti pena, tristeza, raiva, vergonha.... muita vergonha, por não ter sido mais tolerante com quem sempre precisa! Vergonha de nunca ter desejado ajudar e chateada comigo para variar...

Detesto esse sentimento de querer voltar atrás para fazer tudo diferente e melhor... Porém, agora não tenho como voltar. Ainda não inventaram a máquina tempo, então a tentativa é melhorar agora. Mais altruísta ainda! Sim! Sempre! Modificar as partes que ainda não tinha o feito!

E isso me lembra, falta pouquinho tempo para eu poder doar sangue enfim.... Um sonho que foi obrigado a ser prorrogado por três anos, poderá ser realizado em meses...

AH....enfim..... post cheio de reticências. Deve ser assim que me sinto, passando, vaga, vazia e sem importância por agora.

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