segunda-feira, 12 de abril de 2010

Incoerências Urbanas

Estou pensando incansavelmente nesse texto desde sexta. Cada dia eu acrescentava mentalmente algo a mais para escrever, uma idéia ou contradição interna minha. Não colocava em prática por não me sentir preparada por completo para ele, até hoje.

Sentir um prazer interno tão gostoso a fazer uma atividade não típica dos meus XX normalmente me faz bem ou me deixa mal socialmente. Essa, mesmo com a presença da minha mãe, fez-me bem. Tão imbecil ou cotidiana atividade para uns, irrelevante para muitas. Porém, para mim, foi gracioso! Sim essa palavra define aprender na frente do espelho fazer nó de gravata com o meu padrasto. Simplesmente foi bom por eu me sentir com uma presença paternal que nunca tive, aquelas coisas cotidianas de pai e filho (a) que eu nunca presenciei já que sempre foi mamãe e eu. Talvez, o que foi mais marcante para mim era me sentir um menino.

E é por aqui que eu começo as minhas incoerências...


Queria ter dois corpos, sim dois! E permutar o meu cérebro por eles quando bem entendesse ou necessitasse. Na verdade o que eu odeio é a sociedade descriminar tanto... Tem dias que eu adoro colocar uma saia, uma sapatilha, maquiar-me toda, arrumar as unhas e sair como uma diva! Também existem os dias que dou tudo por um tênis, uma bermuda, uma calça larga e uma cueca!!! Sim, maldita inveja da vida fácil de um homem. Das roupas muito mais legais e bonitas. Mulher é sempre a mesma coisa, saias mil, sapatos e babados e brilhos....blergh!

Isso introduz outra contradição minha: moda! Como uma pessoa tão anti moda que eu era, posso ser hoje uma colunista de moda e querer estudar isso mais para frente. Simplesmente adoro internamente esse mundo, caso eu pudesse comprava todas as roupas de todas as tendências. É tão gostoso saber fazer maquiagens diferentes ou mesmo compor todo um look de alguém ou meu mesmo...

Acho que até a cidade me ajuda com essa incoerência gritante. Sair para o Sol não significa mais ficar morrendo de calor, o Sol está frio! Na verdade, o vento está tão gelado que nem parando para receber os raios tão calorosos antigamente não se consegue se aquecer mais. Andar de casaco na luz do dia é... weird! (não consigo achar forma melhor, em português não encontro a mesma intensidade) Ainda bem que gosto de frio, só não suporto frio artificial (lê-se ar condicionado).

Pelo menos se consegue lavar o carro e sentir que não gastou dinheiro em vão. Lavar o carro? Eu! Pois é, forças do destino obrigam qualquer um a fazer isso. Mesmo pelo ciúme excessivo, amor incondicional e não aceitar um homem fazendo algo que eu faria melhor. Eu deixei que lavassem o meu carro, mas a cera não! Sou eu que vou passar como foi a lavagem interna dos vidros!

Ah... Terceiro ou quarto “copo” de licor e nem efeito, acho que a resistência é algo que atrapalha quando você quer realmente ficar um pouco longe da realidade fracassada. Ou talvez o álcool pudesse fazer o efeito tão desejado por mim, abrir a minha mente. Mostrar-me que eu exatamente sou para eu cessar com essas suposições e mudanças de opinião. Vã idéia minha, como um composto orgânico tem o poder desses? Bobagens minhas... Bobagens!

Tenho que compreender e conviver comigo assim. Sou indecisa, sou perdida em mim, sou compulsiva, sou controladamente impulsiva, faço que dê na “telha”. Uso um vestido colorido, contudo pode ter certeza que o que está tocando no meu i-pod é um belo metal. Posso não gostar de azul hoje e amanhã estar toda vestida de azul, posso dizer que nunca mais faria algo e ao virar às costas a primeira coisa é puxar um da carteira e mascar (pelo menos tira a minha fome em todos os sentidos, a propósito farei um dia um post especial homenageado o chiclete).

Posso querer tantas coisas ao mesmo tempo e não querer nada na verdade, só estou tomando o meu tempo. Faço escolhas e me arrependo logo delas, defino características minhas e logo discordo de mim mesma. Sempre acho algo, nunca tive uma certeza de mim. Das poucas que tive mudei de idéia e a passagem pelas explicações para o mundo é tão entediante.

O que eu mais quero é agarrar uma árvore (se a Mah ler isso vai rir horrores) e não acredite que é efeito do licor; já levantei, já sacudi a cabeça e nada me atinge literalmente. Isso quer dizer que quero testar, experimentar, fazer coisas que eu nunca fiz. Ora para divertir ora para lembrar que eu era e me sentir mais incoerente comigo!

2 comentários:

  1. No parque da cidade tem um monte de árvore! rs
    Sei como é sentir falta de certas coisas e e ter uma desordem que vira uma ordem, pra se tornar desordem de novo!
    Bom texto!
    =***

    ResponderExcluir
  2. É uma visão interessante. Só cuidado pra não cair na mesmice da negação que parece penetrar todo mundo nesses últimos tempos.
    Parece que ir contra o clássico é o novo "cool".

    ResponderExcluir