domingo, 4 de abril de 2010

Efemeridade

Alguém já conseguiu reparar como a vida é fluida? Efêmera? Não?!

Tente pegar ou segurar água em sua mão. Ela escorre, por mais fixa ou coesa que tente manter suas mãos a água sempre consegue escapar. Essa é a visão que tenho de vida, não só a minha que escapa. E é aí que se torna pior, muitas vidas passam pelas minhas mãos e eu não consigo segurar a grande maioria.

Talvez não seja o objetivo segurar, mas sim conseguir presenciar momentos prazerosos ou não com essas vidas que encontram com a minha. Mas existe sempre um porém, o meu porém é o tempo. Não consigo me organizar o suficiente ou mesmo não há como viajar distâncias incalculáveis para matar saudades aparentes ou ver milagres acontecendo.

As distâncias podiam ser mais curtas quando a gente ouve uma voz chorosa do outro lado do telefone ou uma saudade apertando bem no cantinho esquerdo do coração.

Alguma vez eu já devo ter mencionado que um dos sentimentos que mais detesto é sentir impotência, sentir que não consigo resolver algo ou que não consigo ajudar. Acabar de me sentir assim é pior ainda, vai ser uma postagem completamente chateada ou pior, triste. Então se não quer estragar o seu dia, não leia!



Já pensou no que significa efêmero. Coisas efêmeras são transitórias, passageiras ou que duram pouco tempo. Logo após isso, tudo que quero é sair e aproveitar o máximo para não perder nenhum instante da vida. Para quando morrer eu não sentir que faltou algo para fazer ou que deveria ter feito algo melhor. Morrer....

Ah isso não deveria marcar ou pesar tanto na vida dos que ficam, o saudosismo embutido na morte de alguém é tanto que consegue ser chato. Por muitas vezes eu não gosto de saber que alguém morreu, especialmente quando quem me conta segura o choro. Mais especialmente quando esse alguém é recheado de carinho por mim e sei que vou ficar triste por ela e por mim ao mesmo tempo, então o sentimento será bem pior.

De novo, a distância consegue estragar qualquer momento. Esses lapsos temporais e espaciais são odiosos para mim! E não consigo acalmar ou mesmo passar os meus sentimentos quanto a tudo. Só ouvir a pessoa chorar ou mesmo contar momentos com a pessoa que partiu não são suficientes para acalmar a minha alma que quer ajudar.

Odeio perdas, assim como odeio me sentir impotente. A combinação deles é frustrante! Acho que pela segunda vez na vida me sinto da mesma forma e pela mesma pessoa. O pior é acreditar que esse tipo de situação se tornará mais comum em nossas vidas até uma de nós ir primeiro (é infeliz e triste saber que ela vai primeiro que eu).

Envelhecer, deveríamos chegar ao envelhecimento de mente e fisionomia, contudo nunca dos órgãos e suas funções para gente nunca morrer! Claro que acidentes aconteceriam e todos os outros problemas que não consigo pensar por agora. No entanto, senhores e senhoras "idosos" não nos deixariam...

Sei que falam que é a morte mais bonita que tem, pois já se viveu tudo e se seguiu a ordem natural da vida. Eles podem talvez terem vivido, mas eu não tenho culpa de ter chegado muito após ao nascimento deles e não ter aproveitado o suficiente! A palavra nem é aproveitar, sim conviver. Algumas diferenças de idade são tão cruéis que não nos permitem a possibilidade de muitos momentos.

Loucura da minha parte, mas deveríamos saber quando os outros vão morrer (nunca quando nós morreríamos, porque seria agoniante viver assim). Saber dos outros ou pelo menos saber que está chegando para os perdidos obterem uma segunda chance e degustar dos momentos que faltam.

Pois é, não pude com muitos fazer isso. Sei bem que isso é uma lição para aproveitar com quem ainda está aqui. Sinais de que devo visitar, chamados de pessoas queridas é o que não falta. O ausente é o tempo! Com ele terei uma conversinha por esses dias, ele vai ter que ceder e me libertar por uns tempos...

O que mais quero é consertar muitos erros antigos e um deles é a ausência que sempre convivo. Não vou fazer mais isso!!!!!




(São essas datas comemorativas que me deixam com mais saudade de quem foi... Não sei se falar ajuda, mas.... Muita, muita saudade vô! Queria o senhor com a gente. Queria poder dar o abraço no senhor que faltou. Queria ser a médica que o senhor sempre quis e me chamou. Desculpa.........)

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