sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cada passo

Aspirada por muitos, conquista de poucos. Andar dentro desse monstruoso prédio de concreto à mostra pode trazer variados sentimentos. Cada ponto que se observe traz uma diferente sensação em quem olha.
Também depende de quem olha. O vestibulando observa a universidade com olhares sedentos por uma vaga para logo iniciar o curso. O calouro anseia por descobrir cada detalhe e novidade dessa nova realidade em que está inserido, por isso seu olhar é atento e curioso como uma criança descobrindo um ambiente novo para conhecer o mundo.
O veterano... Esse deseja com olhar sair dessa universidade, já a conhece e se sente preparado para explorar outros ambientes. Quer ter o mesmo sentimento do calouro, porém em diferente realidade. Seu olhar visiona o futuro e todo o mundo lá fora dos gramados verdes e vastos e das altas paredes de barreira do imenso “minhocão”.
A cada passeio forçado pelo grande ICC fazendo a transição de aulas, é fácil reparar em todos esses tipos andando pela bela universidade. Mas existe um tipo que ainda não foi listado, aquele que poucos têm coragem de querer se encaixar ou admitir. Um grupo em que entrei de cabeça há pouco tempo, os que estão em processo de mudança de curso.
Um olhar que permuta o desejo do calouro em conhecer (no caso o novo curso e aproveitar ao máximo dele para ter certeza da mudança), o olhar já de um veterano (já cansado e acostumado com toda essa realidade, desejando logo mudar para o seu objetivo) e o olhar do vestibulando (já que muitos refazem o vestibular para efetivar logo sua mudança de curso). Esse grupo, tão corajosamente seleto, consegue passar despercebido ou não tachado pelos outros. Por aglomerar as características destes outros, camuflando-se facilmente.
É... A cada passo dentro dessa universidade se encontra com variados tipos de pessoas, indescritíveis, ou melhor, sociologicamente impossível passar todos para o papel tentando os colocar em padrões. Seria desrespeito, porque cada pessoa é única!
Toda universidade é assim, formada por muitos tipos de pessoas. Não, eu não acredito nessa frase. É só andar os quase um quilômetro do ICC para perceber a diversidade que a UnB consegue guardar em si, como um coração de mãe que aceita e respeita igualmente todos os seus filhos. Talvez pelo ar revolucionário e inovador que foi preso no concreto dela enquanto era construída, talvez pelas frases proferidas ao vento no início dela e que circulam até hoje. Não sei o que é, só sei que ao fechar os olhos parar para sentir e ouvir perceberá o que realmente a Universidade de Brasília é. E também só sendo dela, aluno dela, para entender!
A UnB tem o dom da ruptura entrelaçado dentro dela, todos buscamos quebrar barreiras e conhecer novos mundos ao nos tornarmos alunos dela. Talvez um grande motivo de anseio de muitos quererem ser alunos dela, nenhum outro lugar traz por si só esse turbulento (porém gostoso) sentimento.
A cada passo dentro dessa mistura de humanos, plantas, animais, concreto e ferro é uma experiência nova. Nenhum dia dentro dela pode ser igual ao anterior, porque ela sempre se inova. Ela sempre consegue ser atual mesmo sendo uma senhora de 42 anos. Uma senhora que está crescendo cada vez mais, diga-se de passagem. E falando em passagem, é bom eu parar de olhar a paisagem da UnB e me apressar para não perder o meu “trans-minhocão” das 4 da tarde, pois ele é sempre pontual!




Ps: não existe trans-minhocão para os que não conhecem a unb, é uma piadinha interna de lá! 
Ps 2: esse é um texto que vou entregar amanhã para a minha aula de Comunicação e universidade, achei legal e coloquei aqui ;D

Um comentário:

  1. Eu sinto um pouco de falta da minha época de universitário... não pelas aulas ou trabalhos, mas pelo clima de andar pela faculdade com amigos, de ser estudante, de olhar os corredores da UnB abarrotados de gente esquisita.
    Conviver com universitários é uma das melhores experiências da "early adult(man)hood".

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