sábado, 23 de julho de 2011

Frustrações de um furto

Sempre temos o pensamento de que nunca as coisas ruins podem acontecer com a gente e quando elas acontecem ficamos embasbacados de como isso pode ter ocorrido e logo "comigo"? Pois é, estou nesse estado. O eco dessas frases reverberam tanto na minha cabeça que até meu id pediu ajuda de um psiquiatra porque está complicado.

Não é tristeza, não é raiva o que eu sinto. É mais uma mistura de todos os sentimentos e com uma errada de mão ao preparar colocando muito sentimento de falta.

Vou lembrar e sentir muita falta de todos as minhas recordações que eu guardava na carteira. Minhas fotos de amigos, meus 101 apelidos, minhas palhetas e as histórias delas, minha moeda em inglês para proteger enquanto dirige dada pelo meu pai... Como posso ainda falar meu e minha? Essas coisas não me pertencem mais, estão com outros ou jogadas por aí. Não tenho mais o direito de chamar de meu algo que me foi arrancado sem nem pedir licença.

Como uma pessoa tem a capacidade de roubar meus sentimentos guardados? Minhas lembranças? Como alguém é frio o bastante para levar as fotos das pessoas que eu mais amo, tinha fotos de pessoas que eu não vejo há anos e fotos históricas, tão antigas que a pessoa não vai ter mais. Ah, é inaceitável!

Tantas coisas que eram meus apelos aos momentos de desespero na faculdade ou no trabalho. Os chaveiros de presente, como dói lembrar deles e como quero ligar chorando para a Mah e pedir outros, sempre lembrava deles quando abria a minha casa. Minha pequena forma de matar a enorme saudade da minha amiga.

Como pode alguém ser cruel a esse ponto de me fazer sofrer por eu ter perdido muita coisa que gostava!

O dólar simbólico da minha viagem para o EUA, estava lá para me lembrar do lugar maravilhoso, das pessoas que eu amo que estão lá e de quanto preciso juntar dinheiro para ir novamente. Agora, como vou lembrar? Ele se foi....

Tentando pensar pelo lado "menos pior" eu me livrei de um lápis de olho e um brilho labial que eu não suportava usar por deixar purpurina por todo lado.

Podem pensar, como ela pode ser tão sentimental. Não sentiu nada da perda material? Mas é claro que senti, uma bolsa que eu amava e era importada, nem chance de aparecer uma igual aqui no Brasil. Uma carteira da H. Stern e um celular novinho. Ah, agora posso ficar mais chateada? Ainda estou pagando esse celular, mas já foi tudo bloqueado (eu espero).

Ah... que desgosto, acho que essa palavra que estava faltando.

Fico desgostosa do mundo, da violência, da pobreza, das drogas, do governo, da polícia. Ah, desse país. E não me venha falar que existe em outros países roubos iguais, sim existem. Mas em grandes centros e cidades. Não nessa porrinha que vivo de Brasília. Nos EUA e na Europa as coisas são um pouco (BEEEEEM) diferentes.

Ai ai terceiro mundo, quando vamos realmente mudar a nossa mentalidade. Querer tirar vantagem do outro, querer e pegar o que é do outro só por não poder comprar iguar. Poxa!!!!!

Sério, eu desisto de tudo. Não tenho mais fé na possibilidade da melhora dos humanos.

Fui


2 comentários:

  1. Nossa, que tenso. Melhoras, Mada! Esse sentimento vai passar e, logo, você encontrara motivos bons para acreditar no mundo, por mais que ele não mereça, às vezes. Um grande abraço, viu!

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  2. Esse sentimento de revolta é super comum como uma situação como essa ocorre. Não se corroa por dentro por causa disso.
    É compreensível que vários objetos possuíssem lembranças agregadas, mas elas estão de verdade em você e não neles. (:

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